Mindfulness na parentalidade.

A capacidade de fazer várias coisas em simultâneo (multitasking) é a maior inimiga da atenção plena (mindfulness). Outro dos grandes inimigos da nossa sociedade, e sobretudo das mães, é a busca pela perfeição; esta procura bloqueia, no dia-a-dia, a prática da aceitação e a presença plena no momento. Assim, numa vertente mais tradicional, vive-se a parentalidade do exterior para o interior, quando esta deveria ser vivida em sentido contrário.

O estudo da “parentalidade mindful”, apesar de ser um tema recente, é um assunto cada vez mais atual e em destaque na psicologia e pedagogia ocidentais.  A maioria dos investigadores considera que a “parentalidade mindful” constitui uma parentalidade consciente, baseada em três importantes pilares: soberania (capacidade de aceitar a criança como ela é); empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro); aceitação (capacidade de aceitar as emoções, pensamentos e comportamentos da criança).

Habitualmente, os pais centram a educação na resolução de questões comportamentais específicas, procuram técnicas e estratégias que oscilam entre a punição e os castigos, assim como entre as recompensas e os elogios, mas estes métodos só resultarão a curto prazo.
A “parentalidade mindful” (consciente) ensina a ver a criança e o adolescente de um outo modo, tendo em consideração as suas emoções, opiniões, necessidades, comportamentos e desejos. O foco está na necessidade de compreender o comportamento, e não apenas em corrigir ou felicitar. Pretende-se criar relações fortes, que permitam aumentar a satisfação parental, reforçar a qualidade de vida (quer da criança/adolescente, quer dos pais) e reduzir a reatividade e o stress parental.
Através do mindfulness, a parentalidade é vivida do interior para o exterior. Quando se decide praticar a “parentalidade mindful”, a atenção foca-se no momento, adota-se uma postura de não julgamento e consegue-se agir perante o que está na origem do comportamento, desviando o foco do comportamento em si.

Todos os pais e mães sabem, desde o princípio, assumir as suas funções, mas muitas vezes, ao longo do caminho, a atenção dirige-se para aspetos que provocam ansiedade, stress e conflito, afastando-se de soluções pacíficas. A “parentalidade mindful”, por se traduzir em práticas parentais que promovem a atenção plena, a aceitação, os cuidados que respondem às necessidades das crianças e adolescentes, parece facilitar o estabelecimento de relações seguras e proporcionar maior qualidade de vida.

A “Meditação Mindfulness para Pais e Educadores” é uma das técnicas que ajuda neste processo e que pode ser orientada por técnicos especializados.

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