Muitos pais ficam preocupados quando o médico, ao auscultar o coração do seu filho, lhes diz que a criança tem um sopro.

O que é um sopro cardíaco?

Um sopro cardíaco corresponde a um som diferente do habitual, audível para além dos sons cardíacos normais, que surge como resultado de uma interferência/turbulência no fluxo sanguíneo, capaz de gerar vibrações, e que é percetível pelo médico através do estetoscópico.

Os sopros cardíacos tem todos a mesma importância?

Em idade pediátrica, poderão definir-se dois tipos de sopros cardíacos:
Os sopros inocentes ou funcionais/fisiológicos, que, felizmente, são os mais frequentes e estão presentes num coração estrutural e funcionalmente normal. Nos sopros funcionais, sem anomalia cardiovascular associada, existe uma alteração do estado da circulação, como acontece quando a criança tem febre, anemia, após o choro ou exercício físico moderado a intenso. Também é comum no recém-nascido, mas neste, muitas vezes, deve-se a uma adaptação da circulação, que é diferente dentro do útero e após o nascimento.
Os sopros patológicos ou orgânicos, que estão associados à existência de anomalias estruturais e funcionais do sistema cardiovascular. Por cada 100 crianças que nascem, uma terá um defeito cardíaco no coração, desde o período pré-natal/nascimento, a que se chama cardiopatia congénita; outras crianças poderão vir a sofrer de doenças adquiridas ao longo da vida por diversas razões.

O que fazer?

A orientação para uma consulta médica de cardiologia pediátrica, bem como a realização de alguns exames, como eletrocardiograma ou ecocardiograma com doppler, são, geralmente, o suficiente para alcançar um diagnóstico.
Se o seu filho tem um crescimento normal, corre e brinca, sem se cansar, e é vigiado regularmente pelo médico assistente, o mais provável é ter um sopro inocente.