Vacinas Pneumocócicas

O que provoca e como se transmite a doença pneumocócica.

O pneumococo (Streptococcus pneumoniae) é uma bactéria (coco) Gram positiva responsável por uma série de infeções, nomeadamente pneumonias, otites, sinusites e meningites. O pneumococo vive na espécie humana, sem causar doença, colonizando o aparelho respiratório. Quando existe uma situação de debilidade, por qualquer causa, esta convivência deixa de existir e é capaz de causar doença.

O pneumococo também é transmitido de pessoa para pessoa, principalmente através das gotículas de saliva, quando um indivíduo infetado tosse ou espirra, sem tomar as devidas precauções.

Tipos de vacina e população abrangida

Existem formas de prevenir a doença pneumocócica, através das vacinas comercializadas e disponíveis no mercado. São conhecidos mais de 90 tipos de pneumococos; as vacinas abranjam apenas alguns destes tipos, mas incluem os mais capazes de provocar doença. Há 2 tipos de vacina: a vacina conjugada, direcionada contra 13 tipos de pneumococo (Prevenar-13) e a vacina polisacarídica, dirigida contra 23 tipos de pneumococo (Pneumovax-23, que substituiu a Pneumo-23).

Nas crianças, a vacina conjugada está recomendada pela Organização Mundial de Saúde. Quando a primeira dose é administrada antes dos 2 anos de idade, devem ser feitas, no total, 3 a 4 doses; as 3 primeiras com um intervalo de 2 meses (2º, 4º e 6º mês de idade) e a 4ª dose entre o 12º e o 15º mês. Este esquema permite uma eficácia de aproximadamente 80% na prevenção dos casos graves de doença. Após os 2 anos de idade, está recomendada uma dose única da vacina conjugada.

Nos adultos, devemos considerar os grupos de risco e a população em geral. Os grupos de risco incluem doentes cardíacos, hepáticos, renais, diabéticos e, obviamente doentes respiratórios (asmáticos, com doença pulmonar obstrutiva crónica, bronquiectasias, ou outras patologias). Nos grupos de risco, consideramos também doentes com défice do sistema imunitário, por exemplo, doentes oncológicos, com SIDA, ou sujeitos a medicação que deprima esse sistema, incluindo corticosteroides.
Tendo em conta esta divisão da população, e à luz das recomendações atuais, a vacina pneumocócica está indicada em todos os adultos com mais de 65 anos, independentemente de pertencerem, ou não, a um grupo de risco. No caso de pertencerem a um grupo de risco, a vacinação está indicada a partir dos 18 anos.

Vacinar para prevenir

O esquema de vacinação recomendado varia consoante a existência de vacinação prévia com vacina polisacarídica, ou não. De uma forma resumida e simplista, a vacina que inicialmente deve ser administrada é a conjugada (se existiu vacinação prévia com a polisacarídica, o intervalo de tempo deve ser sempre superior a 1 ano) e, pelo menos, 1 ano depois, deve ser administrada a polisacarídica.

A vacina é injetável, administrada por via intramuscular, e os locais de injeção preferenciais são a região anterolateral da coxa (nos lactentes) ou o músculo deltóide, na porção superior e externa do braço, nas crianças e adultos.

As contraindicações à vacina são apenas a existência conhecida de hipersensibilidade (alergia) a um dos componentes da vacina. A sua administração deve ser adiada em doentes com uma doença febril aguda grave, mas a presença de uma simples constipação não contraindica a administração da vacina. Ao contrário do que habitualmente se diz, a vacina pneumocócica pode ser administrada concomitantemente com a vacina contra a gripe, embora em locais diferentes.

Os efeitos secundários são pouco frequentes e ligeiros; incluem dor e vermelhão no local da injeção, febre, perda de apetite e vómitos.
A vacina pneumocócica é o principal meio de proteção contra a doença pneumocócica grave e a sua utilização, de acordo com as normas, deve ser amplamente difundida.

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