TENHO EXCESSO DE PESO…

SERÁ A CIRURGIA DA OBESIDADE O INDICADO PARA MIM?

É frequente ouvirmos pessoas dizerem que têm excesso de peso, mas que, com certeza, a cirurgia de obesidade não será para eles, pois não têm peso em excesso suficiente para serem operados. Na verdade, muitas vezes têm realmente critérios suficientes para serem submetidos a cirurgia de obesidade e beneficiarem das vantagens desta opção terapêutica. Para além do excesso de peso, avaliado pelo índice de massa corporal (IMC), temos de ter em conta a presença de doenças associadas à obesidade.

Assim, os critérios para cirurgia de obesidade são um IMC superior a 40 (obesidade mórbida ou grau III ) ou IMC superior a 35 (obesidade grau II ), com patologia associada (diabetes tipo II, hipertensão arterial, dislipidemia, patologia cardiovascular – enfarte ou AVC, doença do refluxo gastroesofágico, patologia osteoarticular, apneia do sono, entre outras).

Em doentes selecionados, a cirurgia designada como metabólica poderá ser realizada em doentes com IMC entre 30 e 35 e síndrome metabólico associado (diabetes tipo II – insulinorresistência, hipertensão arterial, dislipidemia – aumento dos triglicerídeos e/ou diminuição do colesterol HDL, aumento do perímetro abdominal) de difícil controlo.

Clique aqui e faça a sua avaliação de risco, usando o Calculador de Risco da Clínica da Obesidade da CSB.

O objetivo da cirurgia de obesidade não é puramente estético, é também, e sobretudo, dar saúde! Estudos científicos comprovam que as pessoas com obesidade vivem menos do que as pessoas com peso normal. Existe uma diminuição de cerca de 10 anos na esperança média de vida, nas pessoas com obesidade. A cirurgia de obesidade oferece a possibilidade de vivermos mais e com melhor qualidade de vida, ao diminuir a incidência de complicações e sequelas das patologias associadas à obesidade (enfartes, AVC’s, complicações da diabetes mellitus, entre outras).

Antes da cirurgia, é importante excluir patologias endócrinas tratáveis (hipotiroidismo, síndrome de Cushing, entre outras), que podem ser responsáveis por 5 a 10% dos casos de obesidade. Assim, nos pacientes com indicação para cirurgia, após uma adequada avaliação multidisciplinar (cirurgia, endocrinologia, nutrição e psicologia), existem diferentes opções cirúrgicas, designadamente o bypass gástrico e a gastrectomia vertical ou sleeve gástrico. São cirurgias com resultados semelhantes, com preparação e pós-operatório muito idênticos, mas que poderão ter indicações e contra–indicações específicas diferentes.

Independentemente da cirurgia escolhida, é fundamental um empenho sério do doente no processo de perda de peso, aliando a cirurgia a um plano nutricional estruturado e a um programa de atividade física, ajustados às necessidades e capacidades de cada um.

A cirurgia de obesidade não deveria ser o último recurso no combate ao excesso de peso e das patologias associadas à obesidade. Tal como noutras patologias crónicas, como a doença cardíaca ou o cancro, quanto mais cedo se tratar a obesidade e as suas consequências metabólicas, melhor serão os resultados obtidos.
Se for tratada numa fase precoce, a perda de peso torna-se mais fácil, a taxa de cura/remissão das patologias associadas (diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, apneia do sono) é maior e ganham-se anos de vida.

Esta é comprovadamente uma cirurgia com ótima relação custo-benefício e uma excelente opção para tratar uma doença potencialmente fatal, como é a obesidade.

Gostou do artigo?

Deixe-nos o seu email e receberá a nossa newsletter CSB360º
Uma compilação mensal dos artigos publicados no nosso site, para que não lhe escape nada.

OUTROS ARTIGOS E NOTÍCIAS CSB360º