Será epilepsia?

Será epilepsia?

Quando uma criança ou adolescente tem um episódio não habitual ou bizarro, surge muitas vezes a suspeita de epilepsia.
A epilepsia é a doença neurológica mais frequente em idade pediátrica, afetando cerca de 1% desta população. Apesar de ter múltiplas causas, o denominador comum é a recorrência de crises epiléticas. Dependendo das áreas cerebrais envolvidas e do nível de maturação cerebral, as crises epiléticas podem ter manifestações variáveis, desde muito subtis, podendo até passar despercebidas (ex. crises de ausência), até aparatosas e assustadoras, como as chamadas “convulsões”.
Existem, no entanto, várias situações em idade pediátrica, também estas frequentes, que se assemelham a crises epiléticas e que, em regra, não requerem qualquer tratamento.
Assim, estabelecer o diagnóstico correto é essencial para que seja traçado um plano terapêutico individualizado. O diagnóstico baseia-se essencialmente na entrevista clínica, durante a Consulta de Neuropediatria, podendo ser também pertinente a realização de exames complementares, como o eletroencefalograma, a ressonância magnética cerebral, entre outros.

E se for epilepsia? Como se trata?

O controlo de crises epiléticas assenta primariamente na administração de medicação antiepilética, que é selecionada em função do tipo de epilepsia e do perfil do doente. Podem, ainda, ser consideradas abordagens não farmacológicas, como a dieta cetogénica, e, em casos raros e selecionados, pode estar indicado o tratamento cirúrgico.

Como viver com epilepsia?

Sabemos que a maioria das crianças e adolescentes com epilepsia faz uma vida perfeitamente normal e que cerca de 70% fica sem crises quando adequadamente medicada.
Viver com epilepsia pode, no entanto, ser perturbador e causar sentimentos de injustiça, isolamento e embaraço, tanto pela imprevisibilidade associada às crises, como pelo estigma social que, infelizmente, ainda persiste entre nós.
Assim, para além do diagnóstico e tratamento da epilepsia, cabe ao Neuropediatra enquadrar o impacto da doença na qualidade de vida, abordando eventuais co morbilidades, sempre em estreita colaboração com a família e estruturas da comunidade, procurando fomentar um equilíbrio saudável entre a proteção da criança ou adolescente e a promoção da sua autonomia.

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