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O que é, como se trata.
A incontinência fecal consiste na incapacidade de controlar quer os gazes quer as fezes. Ela provoca stress psicológico, complica situações clínicas e tem importantes consequências económicas, constituindo um grave problema de saúde pública.
A incontinência fecal afeta cerca de 2% da população mundial. A prevalência aumenta com a idade e afeta cerca de 11% dos homens e 26% das mulheres com mais de cinquenta anos. Mais de 1 em 10 mulheres adultas sofre de incontinência fecal, aproximadamente 1 em 15 sofre de incontinência fecal moderada a grave. A incontinência fecal tem impacto significativo na qualidade de vida e obriga à utilização de cuidados de saúde, predominantemente quando é moderada ou grave.
O tratamento da incontinência fecal depende da gravidade da doença, mas também da sua causa. Quando esta se deve a lesões dos músculos do ânus, principalmente aquelas que surgem após o parto, o tratamento deve sempre passar pela reconstrução do defeito desse músculo.
Noutras situações, o tratamento começa sempre por alterações no estilo de vida, como a alteração da dieta, introduzindo alimentos que causem obstipação, até ao uso de um tampão do ânus. Existem muito poucos medicamentos que possam ser usados no tratamento da incontinência fecal, o mais comum é a loperamida (comummente usado no tratamento da diarreia). Quando este tratamento inicial falha, a opção a seguir é a realização de biofeedback, que é um tratamento de fisiatria dirigido à reabilitação do pavimento pélvico.
Quando, apesar de todas as medidas atrás descritas, o doente mantém incontinência fecal, nomeadamente nas situações graves a severas, passa-se para outros tipos de tratamento, que passam pela estimulação dos nervos responsáveis pela inervação dos músculos e dos órgãos que controlam a continência.
Uma das formas de estimular estes nervos é através da Estimulação Nervosa Sagrada. Esta técnica é muito simples de realizar, sendo uma cirurgia minimamente invasiva, realizada com anestesia local e em regime de ambulatório.
A estimulação sagrada, ou neuromodulação sagrada, consiste na introdução de um elétrodo (semelhante a um fio elétrico) através da pele na região das costas. Este elétrodo fica ligado a um neuroestimulador, numa primeira fase externo (semelhante a um telemóvel), e só posteriormente conectado a um interno (semelhante a um pacemaker), que fica debaixo da pele, na região da nádega. É colocado o neuroestimulador interno, se houver diminuição do número de episódios de incontinência fecal, durante a fase de teste.
Graças a este neuroestimulador, o doente tem uma vida normal, uma vez que não sente a estimulação realizada continuamente nos nervos. O neuroestimulador tem de ser mudado a cada 5-8 anos e permite, não só, diminuir o número de episódios de incontinência fecal, como também melhorar a qualidade de vida do doente.