Como é que a Cardiotocografia (CTG) funciona?
A CTG usa ondas de som chamadas ultrassons para detetar a frequência cardíaca do bebé. O ultrassom é um som de elevada frequência que não é audível pelo ser humano, mas que pode ser emitido e captado por máquinas especiais.
Os ultrassons viajam livremente através de fluídos (por exemplo, o sangue no coração do bebé) e tecidos moles (por exemplo, a gordura ou músculo). Quando “atingem” uma superfície sólida (por exemplo, as válvulas do coração do bebé) são refletidas para trás como um eco. Assim, à medida que os ultrassons “atingem” diferentes estruturas no corpo humano, de diferentes densidades, enviam de volta ecos de intensidades diferentes.
Na monitorização CTG é utilizado um tipo especial de ultrassons chamado Doppler®. Este tipo de ultrassons é usado para avaliar estruturas em movimento, sendo, assim, útil para avaliar o batimento cardíaco.
A outra placa redonda da monitorização CTG mede a tensão da barriga (abdómen) da mãe. Esta medição é utilizada para avaliar quando é que o útero se contrai e para ter uma ideia aproximada da intensidade dessa contração.
O que é que a Cardiotocografia (CTG) permite saber?
A frequência cardíaca normal do bebé varia entre 110 e 160 batimentos por minuto. Esta é uma frequência muito mais rápida do que a sua frequência cardíaca, que varia entre 60 e 100 batimentos por minuto. Uma frequência cardíaca do seu bebé que é demasiado alta ou demasiado baixa ou que varie pouco (por exemplo, de acordo com os seus movimentos) pode sinalizar um problema no seu bem-estar.
Modificações na frequência cardíaca do bebé que ocorrem, por exemplo, com as contrações, formam um padrão gráfico. Certas alterações neste padrão podem sugerir um problema na oxigenação do bebé. Se tais alterações não forem reversíveis (por exemplo, alterando a posição da mãe, aumentado a hidratação da mãe, diminuindo a frequência das contrações), poderá haver necessidade do seu médico decidir pelo nascimento imediato do seu bebé. Tal poderá significar a realização de uma cesariana ou de um parto ajudado com fórceps ou ventosa.
Para que serve a Cardiotocografia (CTG)?
Durante um trabalho de parto normal, de baixo risco, a cardiotocografia é utilizada de forma intermitente (durante períodos de 20 minutos) ao longo do tempo até ao nascimento do bebé (apenas na fase final, durante os esforços expulsivos (“puxos”), de forma contínua). No entanto, em determinadas situações, a monitorização CTG contínua é aconselhada:
• Se o seu bebé for pequeno para o tempo de gravidez (restrição de crescimento fetal) ou se o trabalho de parto acontecer antes do tempo (parto pré-termo);
• Se a grávida tiver pressão arterial elevada ou diabetes;
• Se a grávida tiver febre;
• Se a grávida tiver uma infeção;
• Se houver sangramento vaginal durante o trabalho de parto;
• Se a gravidez for de gémeos;
• Se o intestino do bebé começar a funcionar, tingindo o líquido amniótico (mecónio);
• Se tiver ocorrido rotura de membranas antes de iniciado o trabalho de parto;
• Se houver alguma alteração na realização de CTG intermitente no caso de trabalho de parto em gravidez de baixo risco;
• Se o seu bebé estiver numa posição diferente – por exemplo, sentado (de pelve);
• Se optar por analgesia epidural ou se tiver sido usada ocitocina para aumentar o número e intensidade das contrações ou para induzir o parto.
Existem alguns efeitos laterais ou complicações associadas à Cardiotocografia (CTG)?
A CTG não usa radiação; é considerada um teste muito seguro e eficaz na redução de complicações associadas à diminuição da oxigenação do bebé durante o trabalho de parto.
Com a utilização de máquinas de última geração (usando sistemas sem fios), é agora possível manter o movimento da grávida durante o trabalho de parto, enquanto se procede à execução da CTG.
Quando a CTG é utilizada sem indicação adequada poderá aumentar a probabilidade de intervenções desnecessárias como o parto ajudado com ventosa ou fórceps e a cesariana.
Certas infeções maternas como o herpes, as hepatites B ou C e a infeção por VIH (SIDA) impossibilitam a utilização da monitorização interna por aumentar a probabilidade de transmissão destas infeções ao bebé, sendo nestes casos segura a utilização da monitorização externa.