A Diabetes Mellitus: sintomas e complicações.

A Diabetes Mellitus é uma doença crónica e progressiva que pode trazer graves consequências para a saúde e bem-estar individual e está associada a elevados custos sociais e dos sistemas de saúde. A sua prevalência tem vindo sempre a aumentar, sendo atualmente considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a pandemia do século XXI, prevendo-se que possa atingir, nos próximos 20 anos, mais de 20% da população mundial.

Quais os sintomas da Diabetes?

Quando a glicemia está muito elevada, podem existir sintomas como urinar em grande quantidade e mais vezes, ter sede e fome constante, perda de peso inexplicável, sensação de boca seca, cansaço, comichão no corpo (sobretudo ao nível dos órgãos genitais) e visão turva, entre outros.
Quais as pessoas que têm maior risco de desenvolver Diabetes?
As pessoas com história familiar de Diabetes, aquelas com excesso de peso e/ou obesidade, com inatividade física, pressão arterial elevada, colesterol e triglicéridos elevados.

O que é a “pré-diabetes”?

A “pré-diabetes” é um termo utilizado em duas situações nas quais a probabilidade da pessoa desenvolver diabetes ao longo do tempo é maior: Alteração da glicemia em jejum – valores de glicose em jejum entre 100-125 mg/dL e diminuição da tolerância oral à glicose – valores de glicose elevados (>140 e <200 mg/dL) após Prova Tolerância Oral à Glicose (PTOG). O que é uma Hipoglicemia e qual a sua importância? Uma hipoglicemia ocorre quando o nível de glicemia baixa para valores inferiores a 70mg/dL. Os sintomas variam consoante a gravidade da hipoglicemia, sendo os mais comuns o suor excessivo, tremores, fraqueza, palidez, fome, dificuldade na concentração, irritabilidade e agressividade. As hipoglicemias graves, em que há perda dos sentidos ou tonturas, podem ser mais graves, pois podem originar quedas e traumatismos. Se a hipoglicemia for muito grave, a pessoa com diabetes pode ficar em coma ou mesmo com danos cerebrais irreversíveis. Para evitar a hipoglicemia é muito importante comer em intervalos regulares e evitar estar mais de 3 horas sem comer. É também muito importante que as refeições tenham uma quantidade adequada de alimentos com hidratos de carbono complexos (pão, batata, feijão, arroz, massa, etc.). Além disto, é importante medir com regularidade a glicemia, conhecer os seus valores de glicemia e o impacto da medicação e exercício físico nesses valores, saber identificar os sinais e sintomas de hipoglicemia (suores, dor de cabeça, tremor, sensação de tontura ou desmaio, etc.). Caso ocorra, a hipogicemia deve ser tratada através da ingestão de 2 pacotes de açúcar (~15g de açúcar) ou 2 colheres de sopa de açúcar ou uma colher de sopa de mel ou meia lata de refrigerante (não "dieta" ou light).

Quais as complicações a longo prazo da Diabetes?

A diabetes é uma doença crónica, progressiva e tem um contributo significativo nas causas de morte, sendo correntemente responsável por mais de 4% das mortes das mulheres e mais de 3% das mortes nos homens, ou seja, atualmente por ano morrem cerca de 2.200-2.500 mulheres e cerca de 1.600-1.900 homens por diabetes.
A diabetes pode provocar complicações crónicas em vários orgãos do organismo, nomeadamente no pé, no rim e no olho (complicações microvasculares) assim como causar complicações macrovasculares, que podem conduzir ao Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM) e ao Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Pé Diabético: as complicações do pé diabético, se não tratadas em tempo, podem evoluir para amputações minor (parte do pé) ou major (ao nível da coxa, perna ou tornozelo).

Doença Renal Crónica: a diabetes pode conduzir à insuficiência renal crónica, uma grave complicação da diabetes, que, num estadio avançado, pode levar à necessidade de substituição da função renal (diálise ou transplante renal).

Retinopatia Diabética: a retinopatia diabética é uma das principais complicações da diabetes e é uma das principais responsáveis pela cegueira, evitável nos adultos.

Doença Macrovascular: a doença macrovascular representa importante mortalidade e morbilidade no contexto da diabetes. O número de internamentos por AVC e EAM que, com algumas variações, tem tido uma tendência crescente nos últimos anos, continua a ser superior nas pessoas com diabetes.

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