OS PEQUENINOS NA CONSULTA PSICOLÓGICA
CURIOSIDADES DOS PAIS

MOTIVOS PARA LEVAR O MEU FILHO AO PSICÓLOGO?
Os problemas de saúde mental aparecem quando são duradouros no tempo (não passa), são frequentes (as queixas ou os sinais acontecem repetidamente) e têm impacto em áreas importantes do funcionamento da criança, da família e na escola. Estes três fatores, são aqueles que separam a linha ténue entre o bem-estar emocional e a perturbação sentida. Nestes casos, ou até antes, quando já há sinais, os pais podem falar com o médico de família, com o seu pediatra ou com o psicólogo para poder avaliar e ajudar.
A PARTIR DE QUE IDADE?
O psicólogo da infância e da adolescência atende os pequeninos, desde bebés até aos 17 anos. Os bebés? Sim, é verdade. Há questões psicológicas e emocionais que aparecem logo nos primeiros meses de vida do bebé e o psicólogo pode ajudar. Como? Na regulação do padrão sono-vigília, na atitude de rejeição para experimentar alimentos novos (neofobia alimentar), na entrada na creche, nas alterações das rotinas do bebé, na relação de vinculação e na avaliação do desenvolvimento global. Quanto aos mais crescidos, pelos 7 anos, alguns miúdos já pedem aos pais para ir ao psicólogo. Os relatos mais comuns quando lhes pergunto por que razão me vistam têm que ver com a forma como nos veem – assumem que somos uma espécie de “médicos dos medos” e pessoas “que ajudam”. A consulta é um lugar seguro, em que as crianças podem confidenciar os seus medos e trabalhar a sua resolução com ajuda.
Na adolescência, os problemas são outros, como a tomada de decisão vocacional, a separação dos amigos e zangas com os pais, mas, sobretudo, o que o adolescente procura, no fundo, é o seu autoconhecimento “eu quero ser como os outros” (mimetização) “mas, também quero ser eu próprio!” (crise de identidade).
COMO É QUE OS PSICÓLOGOS SABEM O QUE SE PASSA COM O MEU FILHO?
Os psicólogos trabalham com um método científico: avaliar-diagnosticar-tratar. Com base na observação, na anamnese clínica recolhida, vamos agora para o próximo passo: avaliar! É aqui que usamos os meios de avaliação psicológica “os famosos testes” que servem para objetivar as queixas e perceber qual o diagnostico mais próximo do problema das crianças. Usamos provas psicométricas, aferidas e validadas para a população portuguesa, para aceder ao cognitivo, traçar o perfil neuropsicológico e o QI, assim como, exames projetivos para avaliar o campo afetivo e emocional da criança.
POR QUE MOTIVO AS CRIANÇAS DESENHAM QUANDO VÃO ÀS CONSULTAS DE PSICOLOGIA?
As crianças, em processo de desenvolvimento cognitivo, não têm a capacidade de falarem do que as preocupa como um adulto. A nós, psicólogos, os desenhos podem dar-nos informações, não só sobre a criança em si, mas também sobre a natureza do seu pensamento e sobre a capacidade de resolução de problemas entre a criança e os outros. O desenho é um meio e a forma de comunicamos com a criança e de ela comunicar connosco, projetando o que sente. Como? Pelas unidades que desenha, pelas figuras que desenha, pelo seu tamanho, traço, padrão, cores, preenchimento da folha, entre outros. Os desenhos são, sem dúvida, genuínos, idiossincráticos e mais “naturais” do que imitativos. Eles emergem da própria criança, dentro do seu mundo imaginário, onde estão as memórias, o afeto e a forma de ver o mundo.
BRINCAR NUM CONSULTÓRIO?
Sim. A brincadeira é terapêutica faz parte da clínica infantil de um psicólogo. É intencional e tem propósitos. Vejamos: a criança não tem ainda capacidade de se “deitar e falar num divã”, como um adulto. A brincar a criança explora os seus interesses e desinteresses, emite os processos internos de forma projetiva, mostra-nos a sua linguagem emocional através de repetição de padrões, do evitamento e realça a sua criatividade em criar diferentes cenários, de forma a resolver problemas, nomeadamente, o que a levou à consulta.
Na Clínica Pediátrica da Casa de Saúde da Boavista temos a Consulta de Psicologia da Infância e adolescência cuja equipa está para ajudar os pequenos e os graúdos. Só assim considero fazer sentido. O meu mundo é o das crianças.