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Trata-se de uma doença reumática inflamatória crónica que atinge as articulações. As mais frequentemente envolvidas são as das mãos e pés, mas pode atingir qualquer outra articulação, nomeadamente ombros, cotovelos e joelhos. Normalmente, não atinge a coluna vertebral, com a exceção do segmento cervical alto, ou seja, a articulação entre a 1ª e a 2ª vertebras cervicais.
É uma doença que começa de forma insidiosa (aos poucos) e vai atingindo as articulações umas após as outras, com dor, dificuldade de mobilização, tumefação (inchaço) e calor. Em suma, as articulações afetadas ficam quentes, doridas e inchadas.
Os sintomas são mais marcados de manhã, ao acordar e vão-se atenuando ao longo do dia.
No início as pessoas sentem dor ao nível das articulações dos dedos das mãos e dos pés, sobretudo de manhã. Outro aspeto que é bastante importante é que não conseguem fechar os dedos das mãos quando acordam e só conseguem fazê-lo depois de passados, pelo menos, 30 minutos, ou bastante mais. Estes são os primeiros sinais de que devem procurar ajuda médica especializada.
Apesar de esta doença atingir principalmente as articulações, é um facto que esta doença pode afetar outros órgãos. Nesta perspetiva, podemos referir que existem manifestações variadas da Artrite Reumatoide, e com gravidade também variável.
Pode haver envolvimento dos pulmões, do coração, dos vasos sanguíneos e outros. Algumas destas manifestações podem ser graves, mas felizmente são pouco frequentes.
Ao contrário do senso comum, que relaciona o “reumatismo” com o avançar da idade, esta doença atinge pessoas com idades mais jovens. O mais comum é começar entre as idades dos 30 ao 40/45 anos. Mais comum nas mulheres do que nos homens, cerca de duas a três vezes mais.
Não é uma doença rara. A prevalência, ou seja, o número de casos existentes, em Portugal é de 0,7% na população geral (cerca de 70.000 indivíduos). Nas mulheres é de 1,1% (cerca de 56.000) e nos homens é de 0,3% (cerca de 14.000). Estes são dados do programa EpiReuma.Pt (http://www.reumacensus.org/pdf/quadriptico_resultados_epireumapt.pdf), que foi realizado pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia, no sentido de se saber quais as patologias reumáticas da população portuguesa.
Esta é uma pergunta difícil de responder. De facto, ainda não se sabe qual a sua causa. Sabe-se que existem múltiplos fatores que podem contribuir para o desenvolvimento desta doença. Assim, temos fatores genéticos, o sexo (feminino) e alguns fatores relacionados com o meio ambiente. Dentro destes, ressalta-se a importância do tabaco, que tem uma relação muito bem definida com o desenvolvimento da Artrite Reumatoide.
Infelizmente, não se pode responder afirmativamente a esta questão. No entanto, os avanços da medicina, quer no que diz respeito ao conhecimento dos mecanismos que estão por trás da doença, quer ao nível das inovações da terapêutica, permitem-nos fazer com que numa grande percentagem de doentes, eles deixem de ter qualquer manifestação de doença. É o que se chama remissão da doença. Não é a cura, mas, em termos práticos, é quase. As pessoas com esta doença que entram em remissão têm uma vida perfeitamente normal, sem sintomas ou limitações.
O tratamento é multifacetado. Por um lado, temos, estratégias para reduzir os sintomas, nas quais os anti-inflamatórios têm um papel importante; poderá, ainda, haver necessidade de realizar alguns gestos locais, como infiltrações em algumas articulações que estejam mais inflamadas. Por outro lado, existem tratamentos para controlar os mecanismos que estão desregulados nesta doença. Um dos medicamentos mais usados com esta finalidade é o metotrexato.
Esta terapêutica modificadora da doença é fundamental para que se consiga a remissão. Sabemos também que quanto mais cedo se fizer o diagnóstico, maiores são as hipóteses de a conseguir. Neste sentido, fazer um diagnóstico e estabelecer um tratamento eficaz o mais precocemente possível, é fundamental para o melhor resultado, ou seja, o prognóstico.
A especialidade que melhor preparada está para tratar estes doentes é a Reumatologia. Pode haver necessidade de ter a contribuição de outras especialidades, sobretudo no caso de existirem complicações ou necessidades específicas de tratamento. O recurso a elas deverá ocorre sob coordenação do especialista em Reumatologia.