SOMOS A ÚLTIMA BOLACHA DO PACOTE

Ou… somos os últimos a comer bolachas de pacote.

Felizmente parece que a consciência global para com o impacto do que comemos começa a espalhar-se. Alguém sacudiu a toalha e as migalhas espalharam-se. Talvez ainda nem todos tenhamos identificado a que pertencem estas migalhas de interrogação. Estas, sacudidas da toalha da consciência global, parecem perturbar o prato de onde comemos. No entanto, a toalha continua a ser sacudida e as migalhas vão-se tornando em pedacinhos mais esclarecedores. Apesar destes pedacinhos ainda confundirem os pratos, já mais ou menos quase todos nos sentimos tocados, quando alguma “última bolacha do pacote” decide falar do consumo de carne, do plástico (das embalagens de bolachas), das emissões de CO2 pelo transporte de super alimentos, de pesticidas ou de aditivos alimentares.

Há no entanto algumas outras, (últimas) bolachas do pacote, que ainda se sentem donas desse mesmo pacote. Pacotes esses de desinterrogação, de alguma confusão sobre todo este boom de informação, ou de muitas dúvidas. Sobretudo a dificuldade de selecionar um culpado: o glúten, o plástico, o leite, os transgénicos, os metais pesados no peixe, os hidratos de carbono ou a carne?! A quem condenar, e por isso, excluir da mesa?

A toalha sacudida, em breve preparará nova mesa. Chama por todas estas “últimas bolachas do pacote” para que sustentem essa sua categoria, numa visão integrada do impacto da alimentação na saúde e no ambiente. Que o rótulo do pacote, ou melhor ainda, o alimento sem pacote, seja analisado pelos critérios do que provocou até chegar a quem dele se alimenta (impactos ambientais e sociais da produção e do transporte), do que provocará a quem o escolher comer (impacto na saúde e bem-estar com todas as implicações pessoais e sociais de curto, médio e longo prazo) e do que a sua eventual deterioração ou do que dele sobra (como a embalagem, se for o caso) provocará (decomposição, gestão de resíduos).

A nova mesa está posta. Dela farão parte todos nós, os que nos achamos as “últimas bolachas do pacote” e que simplesmente, não querermos mais pacotes de bolachas.

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