Como prevenir?
Parece assim evidente que, sendo a atitude postural a causa mais frequente de “plagiocefalia”, é na prevenção que devemos apostar.
Logo na primeira avaliação, o pediatra deve estar atento à eventual existência de uma deformidade já instalada e/ou à presença de uma limitação da mobilidade do pescoço ou posição presencial óbvias. Com ou sem torcicolo congénito.
Dormir de “barriga para cima”, sem dúvida, mas brincar de “barriga para baixo”, também. Assim, devemos, desde logo, recomendar, pelo menos, 1 hora por dia nesta posição, repartidas pela manhã e tarde; além da profilaxia da “plagiocefalia”, estimulamos o desenvolvimento neuromuscular do lactente, que é muito importante.
Também devemos recomendar que, durante o sono, o bebé alterne o lado de posição da cabeça, ou até mesmo lateralizar um pouco, evitando assim forças de pressão sempre sobre o mesmo lado.
Diagnóstico
O diagnóstico da “plagiocefalia” é fácil e rápido.
Basta observar a forma da cabeça. Devemos observar a cabeça do bebé pelo seu topo e atentar na planificação occipital, no posicionamento dos pavilhões auriculares e na assimetria da face, em especial a protusão da face, do mesmo lado da planificação occipital.
Se existirem dúvidas sobre a existência de uma “craniosinostose”, podemos ter de realizar um exame de imagem. Uma ecografia ou mesmo uma tomografia axial computorizada (TAC), ambas com o objetivo de confirmar o encerramento precoce da(s) sutura(s).
Nesta altura, é de boa prática médica a orientação para uma consulta de Neurocirurgia Pediátrica.
Tratamento. Opções Posturais
A deteção precoce da deformidade é fundamental para o sucesso de tratamento.
As alterações posicionais ou posturais e a correção precoce de um torcicolo congénito são a chave do sucesso.
Nesta situação, a referenciação à especialidade de fisiatria pediátrica é uma decisão sensata, dependendo da severidade e do momento em que se manifesta. Os pais devem ser convidados a colaborar no tratamento, o que, em associação com terapeutas experimentados torna, possível a sua correção.
Devemos evitar que a cabeça se apoie no lado da deformidade, adotando uma postura sobre o lado não afetado.
E temos de enfatizar a importância desta aparentemente simples medida, pois é base do tratamento.
Almofada
Comercialmente, está disponível uma almofada para ajuda no correção da “plagiocefalia” postural. A almofada tem uma cavidade no centro, a qual permite um ajuste melhor da cabeça. Consegue-se assim uma melhor distribuição da pressão exercida sobre a região occipital. Tem a sua indicação de excelência na planificação occipital central.
Capacete
Está indicado apenas para casos graves, com deformidades superiores a 20 mm, avaliadas com um craniómetro, instrumento com o qual se medem os diâmetros do crânio. A sua utilização remonta a 1979, mas, após um período de quase esquecimento e não-aceitação, foi de novo adotado.
Trata-se de uma ortódese craniana dinâmica. O capacete vai agir com uma contraposição de forças. Realiza um apoio nas áreas proeminentes, contendo o seu crescimento, deixando as áreas achatadas livres para crescerem, direcionando o próprio crescimento do crânio do bebé.
O capacete é utilizado entre os 3 e 18 meses, devendo ser utilizado 23 horas por dia durante 3 a 5 meses, com consultas periódicas de reavaliação.