OVERSHARING – UM NOVO CONFLITO FAMILIAR

Um dos temas mais recorrentes em terapia familiar é a queixa de abuso de intimidade dos jovens, pela constante exposição das suas imagens nas redes sociais.

Há crianças e jovens com a sua identidade digital, criada pelos próprios pais, que desde pequenos colocam fotos suas nas redes sociais. Para muitas destas crianças e jovens, era muito bom poderem desetiquetar o passado e desprenderem-se dessas fotos que os expõem na internet e com base nas quais são alvo de comentários pelo grupo de pares.

Cada vez há um maior número de jovens que pede aos pais para eliminarem fotos publicadas. O fenómeno de oversharing afeta 4 em cada 5 crianças, com tendência a aumentar.
O significado da palavra oversharing resulta da junção entre a palavra over, em inglês, que significa “excesso”, e a palavra sharing, que pode ser traduzida como “partilha”, ou seja, quando se fala de oversharing, fala-se de excesso de partilha.

A avalanche de fotos e vídeos, seus e dos seus filhos, sem qualquer filtro nem proteção da identidade, que os pais colocam alegremente nas redes sociais constitui já uma fonte de conflito familiar.
Geralmente, os pais desconhecem, ou acabam por desvalorizar, a magnitude do efeito deste ato. Se, por um lado, expõem a identidade dos filhos a qualquer internauta, por outro, comprometem as relações interpessoais e de amizade dos filhos que se veem obrigados a dar explicações sobre algumas ações, planos e comportamentos expostos pelos pais que, na ótica dos jovens, pertencem à esfera íntima da família.

No entanto, se, de um lado, temos o oversharing dos pais, que incomoda os filhos, do outro, temos um oversharing dos filhos, à espera de um exponencial número de likes.

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