
MORADA
Entrada Principal
Rua Domingos Machado, 186
4250-201 Porto
CONSULTA EXTERNA
Rua Pedro Hispano, 923
CSB360º – NEWSLETTER CSB
LIVRO DE RECLAMAÇÕES ELETRÓNICO
Nº de Inscrição ERS 14044
ERS Número de Registo do Estabelecimento E106530
Vivemos hoje num universo de embalagens que enchem os corredores de supermercados. Contam-se pelos dedos os espaços onde encontramos à venda os alimentos da terra, de época, produzidos na nossa região, não embalados, e que respeitem o crescimento que as condições climáticas possibilitam.
O aumento da preocupação, do investimento e da consciência na saúde reflete-se na alimentação. Todos queremos ser saudáveis e quase todos, em algum momento do dia, olhamos os rótulos do iogurte, das bolachas, das barritas, dos cereais ou das bebidas. São alimentos com os quais começamos o dia, que levamos na marmita ou que nos esperam no frigorífico e/ou na despensa no regresso a casa e queremos ter informações sobre eles. Vão nesse sentido os resultados recentemente apresentados pelo estudo “Atitudes dos Consumidores Portugueses Face à Rotulagem Alimentar”, realizado por investigadores do IPAM (Instituto Português de Administração e Marketing) e da FCNAUP (Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto).
Aquele estudo revela que “a maioria dos inquiridos (76%) afirma que os rótulos nutricionais são a sua principal fonte quando procuram informação relativa aos elementos nutricionais de um produto alimentar”. No entanto, e apesar do interesse em ler os rótulos, 40% dos inquiridos “(…) não compreendiam realmente a informação nutricional básica que lhes permitia fazer escolhas alimentares mais saudáveis”, alertando que “(…) esta percentagem passa para 60% quando nos referimos aos inquiridos com menores níveis de escolaridade”. Ou seja, queremos escolher, e escolher bem, procurámos até fazê-lo, mas, de facto, nem sempre conseguimos interpretar a informação disponível. Ao não interpretar bem, não temos consciência dos alimentos que consumimos e nem sempre nos questionamos se temos acesso livre a opções mais saudáveis.
A Direção Geral de Saúde, no seu “Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável” disponibiliza online uma ferramenta de apoio ao consumidor que pode ser uma das chaves da boa e livre escolha alimentar: o descodificador de rótulos. Este permite interpretar as tabelas de composição nutricional presentes em todas as embalagens alimentares, para alimentos sólidos e líquidos. Para cada 100g, é possível classificar segundo as “cores do semáforo” a constituição global de gorduras: gorduras saturadas (as mais prejudiciais para a saúde cardiovascular, por exemplo), açúcares e sal. Esta poderá ser uma das estratégias-base no momento da compra: excluir qualquer alimento que contenha um item de semáforo vermelho e procurar optar pelos verdes.
A consulta da lista de ingredientes, que aparece sempre por ordem decrescente, poderá constituir também uma ajuda. Aquela lista permite-nos perceber, por exemplo, quando escolhemos um iogurte, se queremos aquele que é o verdadeiro iogurte (constituído por leite e fermentos lácteos) ou se preferimos leite e açúcar ou leite, nata e açúcar. Os dois ou três primeiros ingredientes a aparecer na lista são fundamentais, são eles que nos dizem, maioritariamente, aquilo que encontramos no iogurte, nos cereais, nas bolachas, sumos e em todos os alimentos embalados.
Ainda segundo o estudo antes mencionado, os inquiridos referem que “(…) em termos de confiança, a fonte considerada mais confiável são os profissionais de saúde”, quando se trata de obter informação sobre os alimentos que comemos. E no que às escolhas alimentares diz respeito, há profissionais especializados em orientar e ajudar nesta tarefa, em poupar horas dedicadas a comparar rótulos e a adaptar e personalizar as orientações de saúde alimentar às exigências do ritmo de vida de cada um, aos seus gostos e circunstâncias.
Temos o direito a escolher o que comemos, mas, para isso, temos de ter acesso à informação alimentar clara, compreensível e capaz de nos proporcionar verdadeira liberdade de escolha. Com os direitos surgem os deveres. Temos, portanto, também, o dever de procurar informação, de combater a desresponsabilização e fazer escolhas esclarecidas.