Educar os filhos sempre foi uma tarefa complexa para os pais, embora isso não signifique que as responsabilidades sejam compartilhadas de forma igualitária entre o casal. Diversas pesquisas (Greenstei (2000); Cinamonm e Rich (2002); Wagner, Predebon, Mosmann e Verza (2005); Bianchi (2012); Luz e Berni, 2010)) apontam que as mães tendem a envolver-se mais do que os pais nas tarefas do dia-a-dia da casa e da criança e, geralmente, estão à frente do planeamento educacional dos filhos e da gestão do lar. O descompasso dessas mudanças evidencia-se nas mais diversas expressões, como, por exemplo, no facto de o trabalho doméstico continuar a ser frequentemente denominado “trabalho de mulher”. A necessidade de analisar e compreender a coexistência dos aspetos modernos e tradicionais nas famílias contemporâneas nos últimos anos revelou um considerável aumento no número de pesquisas sobre a divisão de género nessas atividades domésticas.

O que encontramos, atualmente, são famílias com diferentes configurações e estruturas, o que tem implicações diretas na divisão de tais tarefas. Coexistem modelos familiares nos quais permanece vigente a tradicional divisão de papéis; outros nos quais maridos e esposas dividem as tarefas domésticas e educativas e, ainda, famílias nas quais as mulheres acumulam a maior responsabilidade pelo trabalho doméstico e educação dos filhos (Wagner, Predebon, Mosmann e Verza (2005); Strigh e Bales (2003); Borsa, Tiellet e Nunes (2017); Bueno, Vieira e Crepaldi (2017)).

A Corresponsabilidade Familiar é necessária e importante para o equilíbrio familiar.

Atualmente, temos um modelo de família mais igualitário, quer em relação à distribuição de tarefas dentro e fora do lar. Ao mesmo tempo que a mulher saiu para o mundo laboral, o homem entrou para o mundo doméstico. Claro que este reajuste apresenta as suas dificuldades. Muitas famílias modernas têm parte considerável dos seus desencontros no desequilíbrio que se verifica na distribuição do trabalho doméstico.

Uma das razões que conduz à falta de acordo na distribuição das tarefas domésticas reside no facto de elas ainda serem encaradas como um castigo, gerando uma “batalha” entre o casal e, como tal, mal-estar familiar; o casal deixa de se sentir como uma equipa e passa a encarar-se como rival.

O tema da Corresponsabilidade familiar entronca, como qualquer tema familiar, na temática do amor (o que se está a fazer é para as pessoas que mais amamos). Só assumindo e interiorizando a ideia de que se está a cuidar do nosso lar é que se encontra um equilibro familiar. O casal não deve medir quantas panelas limpou um ou quantos pratos lavou o outro; a distribuição deve ser feita tendo por base o sentimento de equipa e o bem-estar do outro – os seus gostos, o seu tempo; na realização de cada tarefa, dever-se-á pensar que se está a realizar um ato de amor.

A verdadeira Corresponsabilidade acontece quando todos os membros da família são implicados no desempenho das tarefas.