Qual o papel do rim na Hipertensão Arterial
O rim tem múltiplas funções, para além da filtração de substâncias e resíduos do nosso metabolismo. Regula a homeostasia do potássio, fósforo e de outros eletrólitos e minerais, controla a eliminação da água, produz eritropoietina, que é essencial para não haver anemia, participa na formação de vitamina D, entre muitas outras funções. Ao regular a eliminação de sal e de água, contribui para o controlo da pressão arterial. Este mecanismo depende da quantidade de sal que ingerimos diariamente. Assim, se ingerirmos uma quantidade excessiva de sal, o rim tem uma resposta máxima de eliminação e gera ou agrava a Hipertensão Arterial.
Como medir a quantidade de sal que se ingere diariamente.
O seu médico pode medir esta quantidade numa colheita de urina de 24 horas.
Como pode saber se tem atingimento renal provocado pela Hipertensão Arterial?
Um exame simples de urina, análises ao sangue, que incluem creatina e ureia, e uma ecografia renal, são suficientes para fazer o diagnóstico.
A Doença Renal Crónica pode ter como sintomas a Hipertensão Arterial.
Mais de 90% dos doentes com Doença Renal Crónica têm Hipertensão Arterial. Apesar de as doenças renais serem silenciosas, ou seja, serem detetadas apenas em análises, a hipertensão arterial, em muitos casos, é a primeira manifestação de problemas renais. Daí, ser obrigatório em todos os casos de tensão arterial elevada fazer os exames atrás enunciados: medir creatinina e ureia no sangue, ter um exame de urina e realizar ecografia renal.
A medicação e as medidas não-farmacológicas são diferentes quando tenho Doença Renal Crónica e Hipertensão Arterial?
Geralmente, a Hipertensão Arterial na doença renal é mais difícil de controlar, porque o principal regulador do sal no organismo, o rim, está afetado e este mecanismo falha. Por esse motivo, são necessários vários anti hipertensores e uma restrição de sal ainda maior no plano alimentar. Outros fatores de risco cardiovascular devem ser modificados e controlados, como a diabetes, o tabagismo, o excesso de peso/obesidade e a dislipidemia. Estes, quando associados à HTA, aumentam o risco de complicações noutros órgãos e agravam a Doença Renal Crónica.