A importância da Uroginecologia
na saúde da mulher

O que é a Uroginecologia
A Uroginecologia (UG) é uma subespecialidade médico-cirúrgica que se destina à avaliação, diagnóstico e tratamento de patologias génito-urinárias em mulheres. Engloba um grupo multidisciplinar, constituído maioritariamente por especialistas em Ginecologia, Urologia, Cirurgia Geral e Fisiatria, devido à complexidade e interespecialidade das doenças abordadas.
O que se examina na consulta de Uroginecologia
As patologias mais frequentemente analisadas nesta consulta são:
Alterações do Pavimento Pélvico (PP): prolapsos uterinos e/ou das paredes vaginais (anterior e posterior, mais frequentemente designados por cistocele e retocele, respetivamente) e consequentes disfunções pélvicas, relacionadas como o desconforto pélvico em atividades habituais da vida diária (pegar em crianças ao colo, praticar exercício físico, transportar sacos de compras, etc); dor pélvica crónica e a obstipação crónica;
Incontinência urinária, infeções urinárias simples (cistites simples) e infeções urinárias recorrentes (cistites de repetição), síndrome génito-urinário, desenvolvido em mulheres em peri menopausa e após a menopausa, em especial a atrofia vaginal, na sua forma isolada, ou associada à diminuição da lubrificação vaginal e /ou à diminuição ou ausência de líbido (desejo sexual) e/ou à dispareunia (dor durante as relações sexuais).
Muitos destes sintomas coexistem em uma ou mais patologias, podendo também estas serem únicas ou coexistirem em simultâneo.
A maioria das mulheres desconhece que o pavimento pélvico, ou seja, todos os órgãos (uretra, bexiga, vagina, colo e corpo uterinos, intestino, reto e ânus), músculos, nervos e ossos que existem na bacia feminina sofrem, ao longo dos anos, modificações relacionadas com o desenvolvimento corporal e fisiológico do organismo. Os efeitos anatómicos das diferentes fases da vida da mulher, decorrentes das alterações hormonais, determinam mudanças corporais e do pavimento pélvico, que são específicas, individuais e únicas.
Que fatores concorrem para a alteração do pavimento pélvico
A genética contribui para o aparecimento de alterações do pavimento pélvico (PP) quando os tipos específicos de colagénio estão comprometidos. Os comportamentos pessoais estão profundamente relacionados com as modificações do PP. O consumo de tabaco, os maus hábitos alimentares, com baixo consumo de proteínas e vitaminas, a ingestão hídrica diminuída e/ou irregular; a falta de coerência ponderal e as grandes oscilações de peso são determinantes na estabilidade do PP. A gravidez, o tipo de parto e o peso dos recém-nascidos são os parâmetros mais reconhecidos e aos quais se atribui a maior responsabilidade pelos defeitos anatómicos da pelve materna e consecutiva patologia pélvica. A diminuição das hormonas sexuais, que ocorre na menopausa, tem um enorme impacto na pelve feminina, mas a sua importância difere em cada mulher, numa maior ou menor expressão mental, física, ginecológica, urinária e sexual. A coexistência de patologia concomitante, nomeadamente a presença de diabetes mellitus e de doenças cardiovasculares, doenças do foro neurológico (Parkinson, Doença de Alzheimer), patologias autoimunes (Esclerodermia, S. Sjogren, etc), glaucoma e outras, ou os fármacos usados no tratamento destas, pode interferir na dinâmica pélvica funcional.
Prevenir para uma vida saudável em qualquer idade
O estilo de vida das mulheres portuguesas no século XXI é ativo e dinâmico, independentemente da idade. O corpo humano feminino tem uma longevidade cada vez maior e é especialmente relevante reforçar o seu bem-estar, protegendo-o com hábitos saudáveis de vida e corrigindo as alterações decorrentes do processo normal de envelhecimento. Os tabus de outrora atualmente não têm qualquer fundamento – doenças que antigamente eram consideradas “normais e da idade” podem ser tratadas, na maioria das situações, e, na menor das hipóteses, minimizadas. Não se pode aceitar uma disfunção pélvica em mulheres jovens após o parto, pois há a hipótese de correção com terapêuticas conservadoras e, em situações especiais, através de cirurgias que permitem restituir integralmente a identidade feminina física e mental. A incontinência urinária, nas suas formas de apresentação mais diversas (esforço, urgência, mista, etc.), não é normal após a menopausa. Os tratamentos existem e são individualizados, caso a caso, dirigidos a cada mulher, desde simples terapêuticas orais a cirurgias especificas de reparação esfíncteriana. A atrofia vaginal, que surge após a menopausa, é, na grande maioria dos casos, reversível com tratamentos conservadores, de menor ou maior dimensão terapêutica, nomeadamente com a aplicação tópica de fármacos hormonais e não hormonais, e através de outros procedimentos, realizados em gabinete médico, como a aplicação local de ácido hialurónico ou a utilização de laser de rejuvenescimento vaginal.
Na CSB, dedicamo-nos a melhorar a qualidade de vida de mulheres de todas as idades, avaliando a situação clínica, integrando-a no contexto clínico e social, individualizando o tratamento e adaptando-o às necessidades específicas de cada mulher. Esta consulta oferece o melhor da evolução da Medicina pois permite prevenir doenças decorrentes do envelhecimento fisiológico, beneficiando do conhecimento integrado multidisciplinar, e oferecer o tratamento específico a cada mulher, restabelecendo a saúde física e mental, definindo uma atitude de vida positiva e saudável.